SÃO PAULO – Diferentes instrumentos são combinados para detectar a refeição mais recente da galáxia canibal Centaurus A.
Localizada a 11 milhões de anos-luz da Terra, ela possui um buraco negro central de massa equivalente a 200 milhões de sóis – ou 50 vezes tamanho do buraco negro localizado no centro da Via Láctea.
Além das medidas superlativas, a Centaurus A (oficialmente conhecida como NGC 5128) possui uma camada de poeira que, há muito, acreditava-se ser causada pela sua fusão com outra galáxia menor.
Imagens em comprimentos quase infravermelhos captadas pela Agência Espacial Européia mostram pela primeira vez que, por trás dessas nuvens, está um anel de estrelas. A estrutura possui mais de 16.500 anos-luz de comprimento, e seus detalhes foram captados por outro instrumento, o Telescópio Espacial Spitzer, da NASA.
Baseado nos dados desses dois instrumentos, o Observatório do Sul Europeu conseguiu enxergar a última refeição desta galáxia canibal (que cresce se alimentando de outras): uma pequena galáxia em espiral, torcida e amassada.
De acordo com os cálculos, ela teria sido consumida entre 200 milhões e 700 milhões de anos atrás e, por possuir grandes quantidades de gás, disparou o surgimento de novas estrelas em Centaurus.
Os cientistas acreditam que imagens como essas podem ajudar a fornecer pistas sobre o processo de fusão de galáxias. Para quem quer ver mais fotos, o site do ESO disponibiliza versões em TIFF e JPEG para download.