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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Nasa deve adiar estréia de nova geração de naves espaciais

terça-feira, 12 de agosto de 2008, 15:35 - Estadão

Ilsutração de uma cápsula Órion prestes a lançar um módulo de desembarque na Lua

NOVA YORK - Diminui a esperança de que a Nasa seja capaz de reduzir substancialmente o vácuo de cinco anos entre o último vôo de um ônibus espacial e a estréia da nova geração de naves espaciais, com representantes da agência afirmando que a realidade orçamentária torna uma meta mais ambiciosa pouco realista.
Nasa

Ilsutração de uma cápsula Órion prestes a lançar um módulo de desembarque na Lua

A primeira fase do novo programa, chamado Constellation, inclui o foguete Ares I e uma cápsula, a Órion. Embora os planejadores já tivessem dito que os primeiros vôos humanos ocorrerão cinco anos após o fim do programa do ônibus espacial, representantes da agência tinham afirmado que, com mais dinheiro e um pouco de sorte, o lançamento poderia ocorrer em 2013.

O dinheiro extra não apareceu, declarou o gerente de programa do Constellation no Centro Espacial Johnson, e os "desconhecidos fatores desconhecidos" que aparecem em qualquer esforço de desenvolvimento tornaram a data mais próxima pouco realista. Portanto, a agência está empurrando os vôos espaciais humanos mais próximos um ano adiante, de 2013 para 2014, mas o compromisso para lançar seres humanos numa Órion em 2015 não mudou.

"Eu diria que nossa confiança em que o vácuo não será pior que cinco anos de fato melhorou", disse Hanley.

A entrevista foi concedida no mesmo dia em que um comitê de assessoramento da Nasa divulgou um relatório anual que questiona duramente o esforço do Constellation.

O Comitê Consultivo de Segurança Aeroespacial da Nasa disse que seus membros detectaram uma "ansiedade surpreendente" dos funcionários da Nasa quanto ao programa Constellation; estágios iniciais de desenvolvimento, diz o relatório, "geralmente são marcados por entusiasmo e otimismo".

Fazendo eco a opiniões de outras fontes que também avaliaram o programa, o relatório sugere que "a lógica do programa pode não ter sido suficientemente entendida ou aceita dentro da organização". O relatório também questiona a abordagem da Nasa para as questões de segurança da nova Órion.

Historicamente, diz o comitê, sistemas de segurança são incluídos logo no início do design. Mas problemas de peso no desenvolvimento inicial da cápsula Órion levaram os administradores do programa a iniciar com uma abordagem de tábula rasa, na qual um sistema de segurança tem de "merecer estar" no design. "Quando elementos de segurança precisam 'merecer estar' num design que já começou a tomar forma, objetividade e consistência na elaboração do projeto podem sofrer", diz o comitê.

Perguntado sobre o relatório, Hanley disse que "ajustaremos nosso plano de acordo, com base nos conselhos deles que acharmos válidos". Mas, declarou, a agência busca novas formas de incluir a segurança em suas naves, e não deverá se deixar limitar por antigas restrições.

"Apenas seguir a receita e dizer que três de cada coisa é o momo mais seguro não é a resposta correta", disse ele. Sempre haverá quem discorde, disse, mas "se tentarmos agradar a todos, a nave nunca sairá do chão".

Guitarrista do Queen conclui doutorado em astronomia

02/08/2008 - 17h21 - da Ansa, em Roma

O guitarrista do Queen, Brian Harold May, concluiu seu doutorado em astronomia com uma tese sobre a luz zodiacal, já publicada em livro. May havia interrompido os estudos nos anos 70 para se dedicar ao rock, mas retomou a tese desenvolvida no Observatório do Teide e Izana, na ilha de Tenerife, nas ilhas Canárias.

Ramón Pérez/Efe

"É extremamente gratificante ver a minha tese publicada",
disse o britânico Brian May

A luz zodiacal, tema de seu estudo, é uma fraca luminosidade visível no céu ocidental. O melhor período para observá-la é na primavera, depois que as luzes do pôr do sol desapareceram completamente. Trata-se do reflexo da luz solar nas partículas de pó presentes no plano do sistema solar.

"Estou feliz por ter passado a minha vida tocando com o Queen, mas é extremamente gratificante ver a minha tese publicada", declarou May.

A tese "Estudo sobre as velocidades radiais do pó zodiacal" foi concluída no ano passado e se baseia na documentação recolhida pelo músico sobre a luz zodiacal nos anos 1971-72, no observatório de Tenerife.

Brasileiros vão à caça de planetas gigantes

25/08/2008 - 10h04 - CLAUDIO ANGELO
editor de Ciência da Folha de S.Paulo

Pesquisadores brasileiros acabam de se tornar sócios de um dos clubes mais exclusivos da astronomia. Eles vão usar dados de um telescópio nos Estados Unidos para procurar planetas gigantes fora do Sistema Solar e obter pistas sobre a evolução do Universo.

O tal clube, o SDSS (Sloan Digital Sky Survey), se auto-intitula "o levantamento astronômico mais ambicioso já realizado". Desde o começo da década, seus cientistas têm usado um telescópio com espelho de 2,5 metros de diâmetro para fazer varreduras sistemáticas do céu e desvendar a geografia do cosmo: como as galáxias se distribuem pelo Universo e por que elas estão onde estão.

Até agora, o projeto já detectou mais de 200 milhões de objetos celestes e ajudou a confirmar que uma energia misteriosa -a energia escura- está realmente acelerando a expansão do Universo. Também ajudou a rastrear os vestígios de galáxias que se chocaram com a Via Láctea no passado.

O astrônomo gaúcho Marcio Maia, do Observatório Nacional, compara o SDSS a "um boi com muito filé mignon". É tanta informação, diz, que é impossível digerir toda essa carne. E os sócios do clube, claro, têm prioridade de acesso aos dados. "Eles comem o filé e deixam o pescoço", compara Maia.

Na terceira fase do SDSS, que acaba de começar e vai até 2014, uma dúzia de astrônomos brasileiros de quatro instituições ganhou o direito de também sentar à mesa. O ingresso na parceria custou ao Observatório Nacional US$ 900 mil, e o trabalho envolverá pesquisadores das universidades federais do Rio, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.

Os cientistas vão atacar três grandes questões: a energia escura, a composição química da Via Láctea e a estrutura e formação dos sistemas planetários extra-solares.

Este último estudo envolverá o mapeamento de 11 mil anãs-vermelhas, estrelas pouco brilhantes que até recentemente eram desprezadas pelos astrônomos, mas que ultimamente têm se revelado promissoras para a busca de outros mundos.

Além de observações astronômicas, como a de planetas gigantes, a terceira fase do SDSS vai estudar cosmologia. Os cientistas querem medir a velocidade das galáxias e ampliar o mapeamento já feito nas fases anteriores do projeto --usando, por exemplo, o infravermelho, que permite enxergar através de poeira e gás. A idéia, segundo Maia, é cercar os modelos teóricos que prevêem como o Universo funciona. "Os modelos terão de reproduzir a distribuição de galáxias observada", diz.

Saber isso é importante, porque esses modelos são alimentados por propostas teóricas do que poderiam ser as misteriosas matéria escura e a energia escura, que respondem pela maior parte da composição do cosmo, mas que ninguém sabe o que são. Replicar o funcionamento do Universo usando tais modelos significará que os cientistas estão no caminho de decifrar o mistério.

Uma galáxia faz dez milhões da massa solar

00h30m - Jornal de Notícias

A massa mínima de uma galáxia é dez milhões de vezes a massa do sol, segundo um estudo da Universidade da Califórnia publicado na revista "Nature".

Após ter calculado a velocidade das estrelas de 23 pequenas galáxias que orbitam em torno da Via Láctea (a partir das medidas de velocidade), a equipa liderada por Louis Strigari, fez uma estimativa das suas massas.

A luminosidade destas galáxias varia entre mil e cem milhões de vezes a luminosidade do sol, razão pela qual os cientistas esperavam que as massas variassem em função de intensidade da luz que emitem. No entanto, a equipa verificou, com surpresa, que a massa era constante, o que indica que as galáxias menos luminosas contêm muita matéria escura.

Os cientistas ainda sabem muito pouco acerca das propriedades microscópicas desta matéria escura, que compõe mais de 83 por cento do universo. O que se conhece é que a matéria escura determina o crescimento estrutural do universo e está na origem de novas galáxias.

Conheça o observatório espacial mais potente do mundo

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
da Revista da Folha

19/05/2008 - 12h50

São 300 dias por ano que não chove nem uma gota d'água. A cidade mais próxima fica a duas horas de ônibus --um pouco menos, se você estiver voltando, porque é descida. Apenas 15 pessoas moram nesse lugar. Por mais inóspito que possa parecer, não estamos falando de Marte, mas do observatório de Paranal, em Antofagasta, no Chile, no começo do deserto do Atacama, a 2.600 m de altitude.

Hans Hermann Heyer/ESO

A 2.600 metros de altitude, o observatório em Antofagasta é o mais potente do mundo, usado para bisbilhotar fora do Sistema Solar

Lá fica o mais potente telescópio do mundo, com lentes de 8,2 m de diâmetro, que são usadas para comprovar a existência de planetas fora do Sistema Solar. Para comparar, o Hubble, por exemplo, tem "apenas" 2,5 m de diâmetro.

O lugar, isolado e seco, com pouco vento e sem muitas turbulências, obedece a uma exigência para abrigar o equipamento, que resiste sem danos a um terremoto --que são comuns no Chile-- de até 8 pontos na escala Richter. O mais potente já sentido desde a construção do telescópio foi de 6,7 pontos. Só para lembrar, o tremor que sacudiu São Paulo no mês passado foi de 5 pontos.

O telescópio só é aberto à noite, quando fazem uma vedação na Residência, como é chamada a espécie de hotel criada para abrigar os moradores de Paranal, para não vazar nenhuma luz que interfira no observatório.

Além dos escritórios, o espaço tem uma "floresta tropical" artificial, piscina, sauna, academia, restaurante e sala de vídeo. Tudo para amenizar o ambiente do lado de fora, que, mesmo desértico, abriga gaviões, raposas, escorpiões e algumas plantas. "Qualquer gota d'água faz nascer algo verde aqui", diz o chefe de operações científicas Olivier Hainaut. As pessoas ficam apenas uma ou duas semanas em Paranal, depois vão para Antofagasta, Santiago ou voltam para seus países de origem.

A Residência tem autonomia para funcionar cinco dias sem precisar de nenhuma ajuda externa. "Sete se ninguém tomar banho", ironiza o diretor-geral, Tim de Zeeuw. São dois caminhões-tanques de água por dia, um de gasolina (para os geradores), além de comida e equipamentos básicos de manutenção que chegam uma vez por semana. "Parece fácil, mas requer muito planejamento. Não temos nada por perto. Tudo vem de fora."

Noites em claro

O complexo de Paranal é formado por quatro telescópios que, combinados, conseguem uma imagem melhor de regiões a anos-luz da Terra. Cada conjunto de lentes ocupa uma área de 60 m2. "Do tamanho do meu apartamento", brinca o astrônomo suíço Olivier.

Ele calcula que cada noite fotografada pelo telescópio rende um mês no escritório, analisando as imagens. Como são aproveitadas 330 noites por ano, o número de descobertas também é impressionante: duas pesquisas publicadas por dia, desde 1999 quando foi inaugurada a primeira das quatro unidades.

Claro que nem tudo é tão relevante quanto a possibilidade de haver vida fora da Terra. Mas isso ainda deve demorar uma década para ser demonstrado, porque todos os planetas descobertos fora do Sistema Solar estão muito próximos da estrela em volta da qual gravitam. São, portanto, muito quentes, como Mercúrio.

Imagem da galáxia espacial barrada NGC 613,
registradaobservatório em Antofagasta, no Chile,
o mais potente do mundo

"Não daria para haver vida neles. Só com maior avanço tecnológico conseguiremos descobrir planetas com temperaturas mais amenas", afirma Olivier.

Ele mesmo já viu "coisas estranhas no céu". "Mas nenhum óvni", ri, ao afirmar que não acha possível que eles existam se ele próprio, que passa tanto tempo olhando para o espaço, nunca identificou nada parecido.

Quer dizer, parecido, sim. Ele viu certa noite um disco com um ponto vermelho se movendo. Mas, depois de medir o tamanho do disco e a velocidade, descobriu que, na verdade, aquele pontinho lá no alto era um foguete russo soltando uma de suas partes.

Mundo da Lua

Olivier é aficionado por cometas, seu objeto de estudo favorito. Mas também acompanha as incursões da ficção científica no cinema. Como boa parte do planeta (este, no caso), irritou-se com as invencionices de "Armaggedon" e "Impacto Profundo". Mas já viu ótimas idéias, bem fundamentadas na realidade, transpostas para a telona, como em "Contato" e o imbatível "2001 - Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick, de 1968. "O filme continua fazendo sentido até hoje", diz ele.

Telescópio espacial faz mapa de buracos negros gigantes no Universo

27/08/2008 - 11h35 - da Folha de S.Paulo

Quem sente desconforto ao imaginar que o Universo é salpicado de megaburacos negros pode olhar a imagem à direita e entrar em pânico: boa parte dos pontos avermelhados no mapa são as adjacências de um desses monstros cósmicos.

O mapa, divulgado ontem, foi produzido pelo telescópio espacial Fermi, da Nasa. Ele mostra como é o Universo visto em raios gama, a radiação mais energética do espectro.

Mapa do céu em raios gama divulgado por agência espacial;
faixa brilhante no centro vem de emissões no plano da Via Láctea

O Fermi (antes chamado Glast) foi lançado neste ano para investigar as fontes de raios gama existentes no cosmo. Os cientistas acreditam que essa radiação emane principalmente de núcleos de galáxias, habitados por buracos negros com massas milhões de vezes maiores que as do Sol.

O novo instrumento deve investigar, ainda, as misteriosas explosões de raios gama, os eventos mais energéticos do Universo -provavelmente também ligados à atividade dos núcleos galácticos.

"Esses jatos têm muito a nos ensinar sobre aceleração de partículas", disse à Folha o físico brasiliense Eduardo do Couto e Silva, da Universidade de Stanford (EUA), vice-diretor do Centro de Operações Científicas do Glast/Fermi.

Segundo ele, o Fermi é tão bom que em quatro dias de operação conseguiu um mapa do céu em raios gama que seu antecessor, o Egret, levou um ano para fazer.

Outra vantagem do novo instrumento, diz, é poder observar uma mesma região do espaço repetidas vezes. "As fontes que emitem raios gama estão em constante mudança. Agora, poderemos ver como esses astros evoluem.

Grupo de Astrônomos acham estrela com 13,2 bilhões de anos na Via Láctea

da Folha de S.Paulo

Um grupo de astrônomos conseguiu localizar dentro da nossa galáxia uma das estrelas mais velhas cuja idade já foi medida. O fóssil cósmico, batizada com a sigla HE 1523-0901, existe há 13,2 bilhões de anos e é quase tão antiga quanto o Universo, que tem cerca de 13,7 bilhões de anos.

A descoberta, descrita na edição de ontem da revista científica "Astrophysical Journal", foi feita por uma equipe internacional de cientistas no ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile.

Adolf Schaller/Nasa
Ilustração mostra universo jovem com suas primeiras estrelas

Usando o VLT (Very Large Telescope), um dos telescópios mais poderosos do planeta, o grupo conseguiu analisar a luz que vinha da estrela para identificar os elementos de que ela é composta e determinar sua idade por meio da análise de sua estrutura.

A técnica usada pelos cientistas é a de comparar a quantidade de elementos radioativos mais pesados que existem na estrela. Esses elementos decaem --perdem partículas, formando outros elementos-- a uma taxa de tempo predeterminada e conhecida. Tendo uma boa estimativa de como deveria ser a estrela no momento de seu nascimento e de como ela é agora, é possível estimar a idade do astro.

"Surpreendentemente, é muito difícil acertar a idade de uma estrela", disse Anna Frebel, astrônoma da Universidade do Texas, autora principal do estudo, em comunicado à imprensa. "Isso requer medidas muito precisas da abundância dos elementos radioativos urânio e tório, algo que só os grandes telescópios do mundo podem atingir."

Esses elementos foram formados pelas explosões das primeiras estrelas que morreram no Universo. HE 1523-0901 é uma estrela de segunda geração, formada a partir desses restos. Com boas teorias sobre o Universo, os cientistas podem estimar qual deveria ser a composição dela no momento de seu nascimento.

Relógio cósmico

Após medir a "assinatura" da luz da estrela por sete horas e meia no ESO, os cientistas conseguiram determinar não só a diferença de proporção entre urânio e tório, mas também entre urânio e irídio, tório e európio e outros elementos dentro da estrela.

Cada uma dessas comparações serve como um "cronômetro" diferente para determinar a passagem do tempo dentro da estrela. Quanto maior o número delas, maior a precisão do estudo.

"Até hoje, não era possível medir mais do que um único relógio cósmico para uma estrela", diz Frebel. "Agora, porém, conseguimos fazer seis medidas só para essa estrela."

Segundo os cientistas, sua técnica vai ajudar tornar outras medidas mais precisas. "Medidas estelares como essa fornecem um limite mínimo para a idade da galáxia e, conseqüentemente, do Universo", escrevem os pesquisadores. A composição dessas estrelas por sua vez pode dar pistas sobre como era o Universo jovem, com apenas 500 milhões de anos.

Telescópio espacial Spitzer detecta colisão de quatro galáxias

07/08/2007 - 09h01 - da Efe, em Washington

O observatório espacial Spitzer, da Nasa, captou uma das maiores colisões cósmicas na história da astronomia, informou o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) dos Estados Unidos.

Nasa

No centro da imagem da Nasa, uma das maiores colisões de galáxias já noticiadas

Trata-se de quatro galáxias que se chocaram espalhando no cosmos bilhões de estrelas, disse o laboratório da Nasa em comunicado.

Em última instância, essas quatro galáxias ficarão reduzidas a uma só, que terá uma massa superior em dez vezes à da Via Láctea, onde está o Sistema Solar ao qual pertence a Terra.

Nasa

Concepção artística de como seria ver a colisão do céu de um dos planetas próximos

"A maioria das galáxias se funde em um choque, como se fossem automóveis compactos", comentou Kenneth Rines, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian."O que temos aqui é o choque de quatro caminhões carregados com areia que se espalha por todos os lados", assinalou.

A fusão de quatro galáxias foi descoberta acidentalmente pelo telescópio espacial quando realizava uma prospecção de um conjunto galáctico situado a quase cinco bilhões de anos-luz da Terra.

Os dados da Spitzer mostram que nesta fusão há muito pouco gás, ao contrário de outras fusões galáticas, diz Rines.

O cientista acrescentou que a informação fornecida pelo telescópio é "a melhor evidência de que as galáxias do universo se formaram recentemente através de grandes fusões".

Quasar: monstro energético

Domingos Sávio de Lima Soares - Colunista do Portal Uai

Os quasares foram descobertos em 1960, de uma forma bastante interessante. Eles se mostraram aos seres humanos pela primeira vez como fontes de ondas de rádio! Ao serem localizadas no céu, estas fontes se apresentaram com a aparência de uma estrela azulada! Mas não são estrelas, apenas têm a aparência peculiar de uma estrela, ou seja, um ponto luminoso. Destas características originou-se o seu nome. A palavra "quasar" é um acrônimo referente à expressão em inglês "quasi-stellar radio source", ou, "fonte de rádio quase-estelar".

Muitas galáxias emitem ondas de rádio. As ondas de rádio são ondas eletromagnéticas, como a luz visível, mas com comprimentos de onda da ordem de centímetros ou metros. Ora, no final da década de 1950, os astrônomos já haviam observado muitas radiofontes, utilizando os recém-inventados radiotelescópios. A emissão em rádio das galáxias estende-se muito além das fronteiras de sua luz visível, geralmente, na forma de dois enormes lobos de emissão situados em direções opostas relativamente ao centro das galáxias. Quanto menores estes lobos mais distante está a radiogaláxia. Acontece que haviam muitas radiofontes cujos lobos simplesmente não existiam! O radioastrônomo norte-americano Thomas Matthews selecionou dez destas radiofontes e determinou as suas posições no céu.

Jack O. Burns e David Clarke -- rádio -- e National Optical Astronomy Observatories, Estados Unidos -- óptico


Radiogaláxia Centauro A, localizada na constelação de Centauro, onde está a estrela mais próxima de nós. Trata-se de uma galáxia bastante peculiar onde vê-se uma galáxia de disco, espiral, vista de perfil, sobreposta a uma galáxia elíptica, em cor branca na imagem. Provavelmente, a galáxia espiral "caiu" sobre a gigante elíptica e as duas estão em processo de fusão. Os enormes lobos de radioemissão estão representados em cor azul.

Vem em seguida o astrônomo, também norte-americano, Allan Sandage (1926-). Ele tomou para si a tarefa de localizar estas radiofontes, ou seja, a sua contrapartida visível no céu. Uma das fontes, selecionadas por Matthews, era denominada 3C 48, isto é, a quadragésima oitava radiofonte do terceiro catálogo do Rádio-observatório de Cambridge, na Inglaterra.

Sandage apontou o telescópio de 5 metros de diâmetro do Observatório do Monte Palomar para a posição da radiofonte, que está localizada na constelação do Triângulo. Ele então assinalou, na fotografia que obteve, a posição da radiofonte e, para sua surpresa, verificou que ela coincidia com uma fraquíssima estrela! Mas as estrelas não emitem ondas de rádio daquela grandeza. Seria esta uma nova categoria de radiofonte, uma radioestrela? O passo seguinte dado por Sandage foi obter um espectro da radiação visível emitida pela estranha "estrela". Um espectro de radiação é a distribuição da intensidade da radiação nos diversos comprimentos de onda. As estrelas possuem espectros de radiação visível bastante característicos, inconfundíveis. Mas o espectro daquele objeto mostrou-se completamente diferente de qualquer espectro estelar jamais observado! "Aquilo", definitivamente, não era uma estrela! O espectro de um objeto astronômico permite ao astrônomo identificar, entre outras coisas, os elementos químicos responsáveis pela radiação presente no espectro. E Sandage, astrônomo experiente, não conseguiu identificar nenhuma característica de qualquer elemento químico conhecido. Tratava-se certamente de um novo habitante do Cosmos! Descoberto porque emitia ondas de rádio, de origem até então desconhecida.


Para completar a descoberta, entra em cena um astrônomo holandês, radicado nos Estados Unidos: Maarten Schimdt. Ele estudou outro quasar da lista de Matthews, 3C 273, e descobriu algo extraordinário. AAnalisando o espectro visível de 3C 273, ele percebeu que se os comprimentos de onda da luz fossem deslocados por cerca de 16% para comprimentos de onda maiores, ele conseguia identificar a familiar radiação emitida pelo átomo de hidrogênio! Esta radiação aparecia no espectro na forma de linhas espectrais de emissão.

E mais, isto se encaixava como uma luva no modelo da cosmologia padrão, que afirma que o universo está em expansão. A expansão do espaço faz com que a radiação de objetos distantes tenha o seu comprimento de onda aumentado, proporcionalmente à distância em que o objeto se encontra. Este fato observacional fora descoberto por Edwin Hubble (1889-1953), no final da década de 1920. Mas para que houvesse um deslocamento de 16%, isto significaria que 3C 273 deveria estar a uma distância fabulosa de nós!

E esta idéia foi logo aplicada a 3C 48, e ele revelou-se mais dramático: se o espectro fosse deslocado de 37% em direção a comprimentos de ondas maiores, o espectro revelava cristalinamente as mesmas linhas do átomo de hidrogênio. Ele deveria, de acordo, com a cosmologia padrão estar ainda mais distante que 3C 273. Ainda, de acordo com a cosmologia padrão -- a cosmologia do Big Bang, ou Estrondão -- 3C 48 deve estar a mais de 5 bilhões de anos-luz e 3C 273 a aproximadamente 3 bilhões de anos-luz! A estas distâncias, eles devem ser verdadeiros "monstros energéticos", de forma a que os brilhos óptico e de ondas de rádio possam ser explicados. Os quasares mais brilhantes chegam a ter um brilho intrínseco de mais de 100.000 vezes o brilho de uma galáxia como a Via Láctea, se estiverem realmente a estas distâncias!

Com poderia ser gerada tamanha quantidade de energia nos quasares? Ainda não existe uma teoria completa firmemente estabelecida. A teoria que prevalece envolve a existência de outro objeto estranho: um buraco negro. A idéia geral, investigada pelos astronômos, é a de que exista um buraco negro no centro dos quasares que "engole" a matéria vizinha. Os processos de interação mútua deste material em queda, a velocidades próximas da velocidade da luz, é que geram a radiação observada dos quasares, os quais emitem não só no visível e na faixa de rádio mas também em raios X e em outros comprimentos de onda. Em geral, os quasares estão localizados no centro de uma galáxia hospedeira. Como eles estão tão distantes, e o seu brilho é tão grande, as galáxias hospedeiras não são claramente detectadas nas observações. Neste cenário, os quasares estão provavelmente ligados aos processos de formação das galáxias que vemos no universo próximo de nós.

A propósito, os quasares são uma pequena parte de uma grande família de objetos cósmicos denominados QSOs. QSO é a sigla em inglês para "quasi-stellar object". Existem mais de 10.000 QSOs catalogados, dos quais cerca de 10% emitem em radiofrequência, ou seja, são quasares.

Como a cosmologia padrão ainda não está definitivamente comprovada, existem astrônomos -- uma minoria, na verdade -- que propõe uma explicação alternativa para as características dos espectros dos quasares. Por exemplo, o astrônomo norte-americano Halton Arp (1927-) investigou a distribuição dos QSOs localizados nas vizinhanças de galáxias próximas de nós, e apresentou a hipótese de que estes objetos são, na verdade, corpos ejetados a altíssimas velocidades dos centros das galáxias. Os espectros dos quasares seriam explicados por estas velocidades e por características intrínsecas aos mesmos ainda não completamente entendidas. Como se vê, a pesquisa de QSOs, em geral, e dos quasares, em particular, ainda promete muitas novidades para todos nós!

O autor agradece o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

Choque de duas galáxias ajuda a desvendar mistério da matéria negra

Qui, 28 Ago, 01h39

WASHINGTON (AFP)

Uma gigantesca colisão entre duas galáxias, detectada pelos telescópios espaciais Hubble e Chandra X-Ray, permite distingüir claramente a misteriosa matéria escura da matéria comum, segundo os resultados de trabalhos de astrônomos americanos.

As imagens ópticas mostram, graças a uma técnica de coloração, a matéria escura passar (em azul), sem ser contida, através de montes de matéria comum, sobretudo de gases quentes, que apareciam em rosa pelo raios X, explicam.

Essa descoberta é considerada importante porque confirma os resultados de uma observação anterior, de 2006, do amontoado galático Bullet gerado por uma enorme colisão entre duas galáxias.

"Segundo acreditamos, essa última observação é uma etapa-chave para a compreensão das propriedades da misteriosa matéria escura", considera Marusa Bradac, astrofísico da Universidade da Califórnia em Santa Barbara e principal autor desse comunicado.

"A matéria negra é cinco vezes mais abundante que a matéria comum no universo", acrescenta.

Os cerca de 72% restantes são, supõem os astrofísicos, a energia de vida que explicaria a aceleração da expansão do universo, apesar da força gravitacional.

"Esse estudo confirma o fato de que nós estamos diante da presença de uma matéria muito diferente daquela que conhecemos e da qual somos feitos", prosseguiu Marusa Bradac.

Como com o Bullet em 2006, esse último amontoado galático (oficialmente chamado de MACSJ0025.4-1222), situado a 5,7 bilhões de anos-luz da Terra, mostra uma clara separação entre matéria negra e matéria comum.

A colisão de dois amontoados de galáxias de uma massa respectiva de milhões de bilhões de vezes a do nosso Sol se produz a velocidades de dezenas de milhões de km/h, segundo esses astrofísicos.

Após o choque, a velocidade dos gases de cada um dos amontoados galáticos se reduz, mas não a da matéria negra, ressaltam os pesquisadores, cujos trabalhos serão publicados na próxima edição do Astrophysical Journal.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Nasa divulga imagens e comemora as 100.000 voltas do Hubble em torno da Terra


A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou espetaculares imagens de uma região a 170 mil anos luz da Terra, para celebrar as 100 mil órbitas terrestres do observatório espacial Hubble, lançado há 18 anos.

Segundo informou o JPL (Laboratório de Propulsão a Jato), trata-se da nebulosa de Tarântula, situada perto do conjunto de estrelas identificado como NGC 2074. "A região é uma tempestade da pura criação de estrelas, talvez impulsionadas pela explosão de uma supernova nas cercanias", disse o órgão da Nasa, em comunicado.

Essa região se encontra na Grande Nuvem de Magalhães, que o JPL qualifica como "um satélite da Via Láctea" e "um fascinante laboratório para a observação de regiões de formação de estrelas e sua evolução".

Uma das imagens mostra "depressões e vales" de pó cósmico, assim como filamentos que reluzem sob uma tempestade de radiação ultravioleta. Segundo o comunicado, a região se encontra nos extremos de uma escura nuvem molecular que é uma incubadora para o nascimento de novas estrelas.

O Hubble, que foi colocado em órbita no dia 25 de abril de 1990, realizou sua órbita número 100 mil quando foram intensificados os preparativos para uma missão que fará consertos e melhorará sua capacidade em outubro.

Em comemoração as 100.000 orbitas que o telescópico Hubble fez meste mes em torno da Terra, a nasa divulga algumas fotos.

O telescópio espacial deve seu nome ao astrônomo americano Edwin P. Hubble, autor da teoria da expansão do universo, que morreu em 1953.

Galeria de fotos

A majestosa Galáxia Sombrero M104

A Galáxia Sombrero em luz infravermelha

Faixa de poeira em volta do núcleo da Galáxia Olho Negro M64

Galáxia espiral NGC 1300

Par de Galáxias interagindo

Interação entre duas galaxias com eixos transversais

A Nebulosa NGC 6543, também conhecida como Olho de Gato

Colisão de duas galáxias

Morte de uma estrela

Campo Ultra Profundo Hubble, em inglês, "The Hubble Ultra Deep Field" (HUDF), imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble em 2003 e 2004. A área do céu que aparece na imagem possui uma extensão equivalente a 10% do diâmetro da Lua cheia, e está localizada na constelação da Fornalha, próxima da conhecida constelação de Órion. Estima-se que HUDF contenha mais de 10.000 galáxias. As galáxias maiores são as mais próximas. A maioria das galáxias aparecem como pequenas manchas disformes. (Crédito: S. Beckwith/STScI-NASA/ESA)

Como o HST conseguiu este feito? Simplesmente recebendo a fraquíssima luz proveniente da região escolhida durante mais de 11 dias! Foram utilizados dois instrumentos do HST para obter imagens simultâneas. O ACS ("Advanced Camera for Surveys", Câmera Avançada para Levantamentos) obteve imagens na luz visível -- filtros azul, verde e vermelho --, e o NICMOS ("Near Infrared Camera and Multi-object Spectrometer", Câmera de Infravermelho Próximo e Espectrômetro Multi-objeto) obteve imagens na luz infravermelha.

O HST percorreu 400 órbitas durante os 11,3 dias, os quais equivalem a cerca de 1 milhão de segundos de exposição à luz proveniente do campo escolhido. Foram feitas duas exposições por órbita, uma para cada uma das câmeras.

As galáxias mais distantes presentes no HUDF estão a uma distância estimada de 13 bilhões de anos-luz! A luz destas galáxias iniciaram a sua viagem em nossa direção muito antes da existência da Terra e do próprio Sol, cuja idade é calculada em aproximadamente 5 bilhões de anos. As galáxias que aparecem no HUDF estão em diferentes estágios de evolução, conforme a sua maior ou menor distância de nós. É bom lembrar que, no imenso Cosmo, uma grande distância no espaço representa também um grande mergulho no passado. Isto porque a luz possui uma velocidade finita e, por conseguinte, uma distância grande será percorrida num tempo também grande.

Mas o HUDF não representou a primeira tentativa do HST em busca das galáxias mais distantes do Cosmo. Antes dele foram feitas duas observações semelhantes. Elas foram denominadas "Campo Profundo Hubble Norte" ("Hubble Deep Field North, HDF-N ) e "Campo Profundo Hubble Sul" (HDF-S).

O HDF-N foi o pioneiro das observações profundas do HST. Elas forma realizadas em dezembro de 1995. O campo escolhido situa-se na constelação boreal, circumpolar, da Ursa Maior. O campo apresenta cerca de 1.500 galáxias, também em variados estágios de evolução. O HDF-N não atingiu tão profundamente como o HUDF -- o tempo de exposição foi de aproximadamente 10 dias --, mas a distância máxima atingida pelo HDF-N não é muito diferente do HUDF, cerca de 12 bilhões de anos-luz.

Astrônomos descobrem grupo de galáxias gigante

O observatório astronômico europeu XMM-Newton encontrou o maior grupo de galáxias jamais visto no Universo, uma descoberta que pode confirmar a existência da energia negra, anunciou nesta segunda-feira a Agência Espacial Européia (ESA).

Este "monstro", batizado 2XMM J083026+524133, deve conter "uma massa correspondente a mil galáxias" e foi observado quando o XMM-Newton, que tem como missão estabelecer um catálogo de fontes cósmicas emissoras de raios X (planetas, cometas, quasares...) estava focalizado em outro objeto.

O J083026+524133 foi visto porque forma uma mancha muito brilhante. Observado em seguida com um potente telescópio de Arizona, se revelou um grupo de galáxias com mil vezes a massa de nossa galáxia, a Via Láctea.

"A presença deste grupo confirma bem a existência de um elemento misterioso do Universo, a energia negra", suposto responsável pela aceleração da expansão do Universo, destacou em um comunicado Georg Lamer, do Instituto de astrofísica de Potsdam (Alemanha).

Segundo os astrofísicos, a maior parte do grupo situado a 7,7 bilhões de anos-luz seria formada de um gás a temperatura de 100 milhões de graus Celsius.


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Nosso Sistema Solar é muito especial

Agência Fapesp, 15/08/2008

Modelos teóricos feitos para tentar explicar a formação do Sistema Solar sempre consideraram o conjunto local de estrela e planetas como algo comum, semelhante a uma infinidade de outros espalhados pelo Universo. Mas um novo estudo afirma que o Sol, Terra e companhia formam um sistema muito especial.

Formação dos sistemas solares

O novo modelo, feito por pesquisadores das universidades Northwestern, nos Estados Unidos, e Guelph, no Canadá, traça o nascimento e crescimento de mais de 250 sistemas planetários, formados por uma ampla gama de massas, órbitas e interações dinâmicas diferentes. O estudo foi publicado na edição de 8 de agosto da revista Science. -> +

domingo, 10 de agosto de 2008

As verdadeiras cores de um Buraco Negro

Inovação tecnológica, 04/08/2008

As verdadeiras cores de um Buraco Negro

[Imagem: NASA E/PO - Sonoma State University, Aurore Simonnet]

Buracos negros e sua vizinhança

Uma nova técnica de observação permitiu pela primeira vez que os cientistas detectassem as verdadeiras cores dos Núcleos Galácticos Ativos, o ponto mais central das galáxias, que inclui o buraco negro e seu disco de acreação, uma enorme região de gases que vai sendo aos poucos engolida pelo buraco negro.

Os cientistas acreditam que os discos de acreação são a maior fonte de radiação emitida a partir dos Núcleos Galácticos Ativos. Até recentemente, porém, esses discos de poeira galáctica eram unicamente suposições teóricas. >> Veja mais...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Marte não é tão habitavel como pensamos

Yahoo Noticias, Ter, 05 Ago, 01h02

Washington, 4 ago (EFE).- A sonda Phoenix da Nasa detectou em Marte rastros de perclorato, uma substância de alto conteúdo oxidante, o que reduz a possibilidade de que o planeta vermelho possa ser habitável.

No último mês, o laboratório a bordo da Phoenix analisou duas amostras retiradas do solo de Marte que indicam que um dos componentes da superfície poderia ser perclorato, explicou hoje a Nasa em comunicado, no qual anunciou que na terça-feira dará uma entrevista coletiva para divulgar as recentes descobertas.

A agência espacial ressaltou que os resultados de um teste experimental realizado no domingo, na qual foram analisadas mostras tomadas ligeiramente acima da camada de gelo, não encontraram "nenhuma evidência deste composto químico", assinalou a Nasa.

"Isto é, surpreendente dado que análises anteriores da superfície marciana foram consistentes mas não conclusivas sobre a presença de perclorato", afirmou Peter Smith, da Universidade do Arizona e principal pesquisador da missão Phoenix.

"Estamos comprometidos com um processo científico rigoroso. Não terminamos nosso processo com estas mostras de superfície, mas temos resultados imediatos muito interessantes", afirmou o cientista.

"A análise inicial sugere que o solo se parece com o da Terra, mas mais provas revelaram aspectos na química do solo que não se parecem com os da superfície terrestre", disse.

O anúncio da Nasa representa um verdadeiro balde de água fria para a agência espacial americana, depois que, na quinta-feira passada, foi confirmada a existência de água em Marte.

No entanto, os responsáveis da missão preferem manter a calma e esperar mais testes para determinar se o perclorato realmente é um componente do solo marciano ou não.

A Phoenix tem como objetivo estabelecer se existiram nessa região condições favoráveis ao desenvolvimento de algum tipo de vida microbiana. EFE

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Todas as estrelas do Universo

uai.com.br
27 de junho de 2008 12:34
Renato Las Casas - Colunista do Portal Uai
Grupo de Astronomia da UFMG


Você já deve ter tido vontade de contar as estrelas. A olho nu somos capazes de ver cerca de seis mil estrelas no céu. Se usarmos um binóculo, mesmo pequeno, ou uma luneta como a inventada por Galileo, esse número é capaz de ultrapassar trinta mil. Através do telescópio principal do Observatório Astronômico Frei Rosário, da UFMG, somos capazes de observar mais de um milhão de estrelas.

Quantas estrelas existem no universo? Essa pergunta tem sido formulada há séculos e tem sido objeto constante de estudo dos astrônomos. Para tentarmos respondê-la, temos que lançar mão de modelos teóricos do universo, uma vez que mesmo através dos mais possantes telescópios já fabricados, não conseguimos ver uma ínfima parte das estrelas que acreditamos existir.


Galáxias
Se olharmos para o céu, à noite, vemos as estrelas distribuídas aleatoriamente em nossa volta. Durante muito tempo a humanidade pensou que fosse assim por todo o universo. Hoje sabemos que as estrelas estão distribuídas em grupos imensos, aos quais denominamos galáxias. A distribuição das estrelas nas galáxias se dá de uma forma aparentemente aleatória, assim como a distribuição das galáxias no universo. Nós pertencemos a uma galáxia à qual denominamos Via Láctea, uma galáxia de tamanho médio comparada com outras que vemos em nossa volta. Devido às grandes distâncias envolvidas, até hoje só nos foi possível distinguir pouquíssimas estrelas em outras galáxias. Estimamos que existam entre 200 e 250 bilhões de estrelas na Via Láctea. Se soubermos, mesmo aproximadamente, o número de galáxias do universo, poderemos estimar assim o número de estrelas do universo.


O telescópio hubble
Em dezembro de 1995, por 10 dias consecutivos, o telescópio espacial Hubble manteve-se observando uma pequena região do céu, próxima ao pólo norte celeste, na constelação Ursa Maior, onde até então não se via um único objeto. O resultado dessa imagem de longa exposição foi além do previsto. Foram fotografadas milhares de galáxias, nunca antes vistas, nos mais diversos estágios evolutivos, algumas delas a mais de 12 bilhões de anos-luz da Via Láctea. (Lembre-se que quanto mais distante vemos um objeto, mais do passado é esse objeto.) Com base nessa imagem previu-se entre 2 e 3 milhões de galáxias por grau quadrado do céu, ou seja, entre 80 e 120 bilhões de galáxias possíveis de serem observadas pelo Hubble em todo o universo. O número real de galáxias existentes podendo ser bem maior (100 vezes mais?), uma vez que mesmo através de um telescópio possante como o Hubble não podemos ver um grande número delas, devido aos seus poucos brilhos, ao fato de serem apêndices de outras galáxias maiores, à absorção de suas luzes por nuvens intergalácticas, etc.

O sucesso dessa imagem dos 'confins do universo' foi tão grande que foi planejada uma seqüência. Para essa segunda imagem chegou-se à conclusão que deveria ser fotografada uma região aproximadamente diametralmente oposta à primeira (do outro lado do universo), ou seja, uma região do hemisfério sul celeste. Era também necessária uma região cuja visão não fosse obstruída pela Terra durante toda a órbita do Hubble. Para essa segunda observação também julgou-se conveniente que na região estudada houvesse um objeto brilhante distante (um quasar). O estudo da luz desse objeto daria informações importantes sobre nuvens intergalácticas invisíveis que se encontrassem ao longo da linha de visão. Em outubro de 1997 foi selecionada a região a ser observada, na constelação Tucana, próxima ao pólo sul celeste.

Em outubro de 1998 o Hubble passou 10 dias observando a região escolhida. Uma primeira conclusão já era esperada: O universo parece ser semelhante em qualquer direção observada. Também aqui foram registradas milhares de galáxias nas mais variadas faixas de distância e nos mais variados estágios evolutivos. Essa segunda imagem dos 'confins do universo' foi feita tomando-se certos cuidados e usando-se certos equipamentos não usados em 1995. As imagens tomadas na luz visível, por exemplo, foram combinadas a imagens tomadas no infravermelho. Uma conclusão a que se chegou: O número de galáxias do universo deve ser pelo menos o dobro daquele que se pensava até então!




Quantas estrelas existem no universo? Vamos considerar que existam mais de 1 trilhão de galáxias no universo e que cada galáxia possua em média pelo menos 100 bilhões de estrelas. Chegamos assim ao fantástico número de 100 bilhões de trilhões de estrelas, ou mais, no Universo.

Se formos contar essas estrelas, uma a uma, gastando um segundo na contagem de cada estrela, precisaríamos de mais de três mil trilhões de anos para completarmos essa contagem.

Alguns números para comparação
Estrelas na Via Láctea - 200 a 250 bilhões
Galáxias no Universo - 1.500 a 2.500 bilhões
Células no corpo humano - 50.000 bilhões

Estrelas no Universo - mais de 100 trilhões de bilhões

* Renato Las Casas é professor do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas e Coordenador do Grupo de Astronomia da UFMG

NASA reconfirma água no solo de Marte

Jornal de Noticia 01/08/2008
00h30m
E.F

A agência espacial norte-americana confirmou ontem publicamente a existência de água em Marte, duas semanas depois de ter anunciado a presença de gelo na superfície do planeta. Na mesma ocasião foi dito que a missão da sonda Phoenix, que era de 90 dias, será prolongada até final de Setembro.

As massas espelhadas que desapareciam e que os investigadores disseram ser gelo correspondem efectivamente a água em Marte, afirmaram responsáveis pela investigação liderada pela NASA. Os cientistas da Universidade do Arizona referiram que o braço robotizado (de tecnologia canadiana) da sonda Phoenix recolheu uma amostra para análise e que os resultados foram positivos. Primeiro a pá do robô escavou até uma profundidade de cerca de seis centímetros, deixando o solo gelado exposto ao longo de dois dias. Em seguida, foi feita a recolha do líquido, não sem alguma dificuldade. As análises ficaram posteriores confirmaram a descoberta feita pela Phoenix, que está em Marte desde o dia 25 de Maio. De acordo com o coordenador da equipa científica do projecto, duas análises anteriores ao solo marciano tinham detectado a presença de elementos como o sódio, o potássio e o magnénio "tudo coisas que há no corpo humano e que são determinantes para que haja vida".

Para esta missão da agência espacial norte-americana contribuem a Agência Espacial do Canadá, a Universidade de Neuchâtel (Suíça), o Instituto Max Planck (Alemanha) e o Instituto Meteorológico da Finlândia.

Foto: Reuters/ Nasa