27/08/2008 - 11h35 - da Folha de S.Paulo
Quem sente desconforto ao imaginar que o Universo é salpicado de megaburacos negros pode olhar a imagem à direita e entrar em pânico: boa parte dos pontos avermelhados no mapa são as adjacências de um desses monstros cósmicos.
O mapa, divulgado ontem, foi produzido pelo telescópio espacial Fermi, da Nasa. Ele mostra como é o Universo visto em raios gama, a radiação mais energética do espectro.
Mapa do céu em raios gama divulgado por agência espacial;
faixa brilhante no centro vem de emissões no plano da Via Láctea
O Fermi (antes chamado Glast) foi lançado neste ano para investigar as fontes de raios gama existentes no cosmo. Os cientistas acreditam que essa radiação emane principalmente de núcleos de galáxias, habitados por buracos negros com massas milhões de vezes maiores que as do Sol.
O novo instrumento deve investigar, ainda, as misteriosas explosões de raios gama, os eventos mais energéticos do Universo -provavelmente também ligados à atividade dos núcleos galácticos.
"Esses jatos têm muito a nos ensinar sobre aceleração de partículas", disse à Folha o físico brasiliense Eduardo do Couto e Silva, da Universidade de Stanford (EUA), vice-diretor do Centro de Operações Científicas do Glast/Fermi.
Segundo ele, o Fermi é tão bom que em quatro dias de operação conseguiu um mapa do céu em raios gama que seu antecessor, o Egret, levou um ano para fazer.
Outra vantagem do novo instrumento, diz, é poder observar uma mesma região do espaço repetidas vezes. "As fontes que emitem raios gama estão em constante mudança. Agora, poderemos ver como esses astros evoluem.
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